Quando a jiboia desenhou meu nome no céu

Morane Almeida de Oliveira

Rio Branco, Acre, Brasil

Sou natural de Rio Branco (AC), descendente de indígenas e nordestinos migrantes. Licenciado em matemática e mestre em Ensino de Ciências e Matemática, ambos pela UFAC, doutor em Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), sou professor do IFAC desde 2010. Desde 2004 atuo na educação de indígena, com experiências em cursos técnicos e superiores. Destaco a autoria de artigos e livros didáticos e teóricos sobre educação matemática intercultural e participação em eventos nacionais e internacionais sobre etnomatemática.

Quando a jiboia desenhou meu nome no céu

Resumo

A crônica narra a travessia sensível de um professor de matemática conduzido por Ibã Huni Kuin, pajé e mestre da floresta, durante um ritual de Ayahuasca e experiências formativas em um curso indígena. Através da miração, o narrador encontra sua identidade espiritual revelada em Yube, a jiboia mítica, símbolo de pertencimento cósmico. A escuta atenta aos saberes de Ibã revela uma Etnomatemática viva, expressa nos desenhos, nos ciclos da natureza, nas medidas do corpo e nas histórias ancestrais. Ao final, o narrador compreende que antes da fórmula, é preciso reaprender a escutar — com o corpo, o tempo e o coração.

Palavras-chave: Etnomatemática. Ibã Huni Kuin. Yube. Cosmologia. Educação indígena.

When the serpent traced my name across the sky

Abstract

This chronicle narrates the sensitive journey of a mathematics teacher guided by Ibã Huni Kuin, a shaman and forest master, during an Ayahuasca ritual and formative experiences in an Indigenous education course. Through the miração, the narrator encounters his spiritual identity revealed in Yube, the mythical serpent, symbol of cosmic belonging. Attentive listening to Ibã’s wisdom unveils a living Ethnomathematics, expressed in drawings, natural cycles, bodily measures, and ancestral stories. In the end, the narrator understands that before formulas, one must relearn how to listen — with the body, with time, and with the heart.

Keywords: Ethnomathematics. Ibã Huni Kuin. Yube. Cosmology. Indigenous education.

Cuando la serpiente dibujó mi nombre en el cielo

Resumen

La crónica narra el viaje sensible de un profesor de matemáticas, guiado por Ibã Huni Kuin, pajé y sabio de la selva, durante un ritual de Ayahuasca y experiencias formativas en un curso indígena. A través de la miração, el narrador encuentra su identidad espiritual revelada en Yube, la mítica serpiente, símbolo de pertenencia cósmica. La escucha atenta a los saberes de Ibã revela una Etnomatemática viva, expresada en los dibujos, los ciclos de la naturaleza, las medidas del cuerpo y las historias ancestrales. Al final, el narrador comprende que antes de la fórmula, hay que reaprender a escuchar — con el cuerpo, el tiempo y el corazón.

Palabras clave: Etnomatemática. Ibã Huni Kuin. Yube. Cosmología. Educación indígena.

/