O boi pelado e o encontro com outras matemáticas

Arthur Constantino Dutra da Silva

Ibiraçu, Espírito Santo, Brasil

Professor de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental II em Aracruz (ES) e mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática do Instituto Federal do Espírito Santo. Sua pesquisa investiga as relações entre a Festa do Boi Pintadinho, em Muqui-ES, e a Educação Matemática, a partir de uma perspectiva etnomatemática, propondo a criação de um baralho pedagógico que articule saberes culturais e práticas matemáticas.

O boi pelado e o encontro com outras matemáticas

Resumo

Esta crônica memorialista transita entre a memória afetiva e uma crítica decolonial, revelando como práticas matemáticas vivas e espontâneas marcaram a infância do autor antes e depois da sua formação acadêmica. O encontro com essas outras matemáticas, experimentadas no Boi Pelado e percebidas nas práticas escolares indígenas em Aracruz-ES, mostra que o saber matemático pode emergir da cultura popular, ritmado por batuques, crenças e resistência. Ao fazer do memorial argumento, a crônica propõe uma educação matemática mais sensível aos territórios, à diversidade e à potência do brincar.

Palavras-chave: Etnomatemática. Cultura Popular. Boi Pintadinho. Saberes Tradicionais.

The naked bull and the encounter with other mathematics

Abstract

This memoiristic chronicle moves between affective memory and a decolonial critique, revealing how living and spontaneous mathematical practices marked the author’s childhood, both before and after academic training. The encounter with these alternative forms of mathematics, experienced through the Boi Pelado and observed in indigenous school practices in Aracruz-ES, demonstrates that mathematical knowledge can emerge from popular culture, rhythmed by drumbeats, beliefs, and resistance. By turning memory into an argument, the chronicle advocates for a mathematics education more attuned to territories, diversity, and the power of play.

Keywords: Ethnomathematics. Popular Culture. Boi Pintadinho. Traditional Knowledge.

El toro desnudo y el encuentro con otras matemáticas

Resumen

Esta crónica memorialista transita entre la memoria afectiva y una crítica decolonial, revelando cómo prácticas matemáticas vivas y espontáneas marcaron la infancia del autor antes y después de su formación académica. El encuentro con esas otras matemáticas, experimentadas en el Boi Pelado y observadas en las prácticas escolares indígenas en Aracruz-ES, muestra que el saber matemático puede surgir de la cultura popular, al ritmo de tambores, creencias y resistencia. Al convertir la memoria en argumento, la crónica propone una educación matemática más sensible a los territorios, la diversidad y el poder del juego.

Palabras clave: Etnomatemática. Cultura Popular. Boi Pintadinho. Saberes Tradicionales.