Maria Telma Pedro Pereira
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Mestra em Educação, Culturas e Identidades. E-mail: mariatelmap2@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2667-1817
Eliane Costa Santos
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira (UNILAB). Doutora em Educação. E-mail: elianecostasantos@unilab.edu.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0759-2550
Resumo
O presente trabalho, vinculado ao Grupo Interdisciplinar de Estudo e Pesquisa em Etnomatemática-GIEPEm, foi desenvolvido no assentamento Planalto do Retiro, zona rural do município de Touros, tendo como objetivo geral analisar os saberes-fazeres matemáticos culturais existentes na produção do beiju de goma seca e sua implementação no currículo escolar local. Os objetivos específicos foram pautados em mapear saberes na produção do beiju, com o intuito de implementá-los no ensino da matemática como uma expansão de valorização e reconhecimento dessa cultura local. Para fundamentação teórica, utilizamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), as Diretrizes da Educação do Campo – MEC (2001) e autoras/es como Gomes, Gohn, Bruno, D’Ambrosio, Santos e Caetano. Para a análise dos dados, foi utilizado o método qualitativo, de cunho participativo, que permitiu observar conteúdo matemático tradicional no preparo do alimento, como grandezas, temperatura e medida de tempo.
Palavras-chave: Saberes local. Tapioca (Beiju). Etnomatemática. Educação Cultural. Assentamento Planalto do Retiro.
Tapioca knowledge cultural intervention (beiju) inside school walls: ethnomathematics’ view in the Retiro-RN Planalto settlement
Abstract
This work, linked to the Interdisciplinary Group for Study and Research in Ethnomathematics-GIEPEm, was developed in the Planalto do Retiro settlement, a rural area of the municipality of Touros. Its general objective was to analyze the cultural mathematical knowledge existing in the production of dry gum beiju and its implementation in the local school curriculum. The specific objectives were based on mapping knowledge in the production of beiju, with the aim of implementing it in mathematics teaching as an expansion of appreciation and recognition of this local culture. For theoretical foundation, we used the Law of Basic Guidelines for National Education (1996) and the Guidelines for Rural Education (MEC) (2001), with authors such as Gomes, Gohn, Bruno, D’Ambrosio, Santos, and Caetano. For data analysis, a qualitative method of participatory nature was used, which allowed observing traditional mathematical content in food preparation, such as quantities, temperature, and time measurement.
Keywords: Local knowledge. Tapioca (Beiju). Ethnomathematics. Cultural Education. Planalto do Retiro Settlement.
Intervención cultural del saber hacer de la tapioca (beiju) dentro de los muros escolares: perspectiva etnomatemática en el asentamiento de Meseta do Retiro-RN
Resumen
Este trabajo, vinculado al Grupo Interdisciplinario de Estudio e Investigación en Etnomatemáticas-GIEPEm, se desarrolló en el asentamiento Planalto do Retiro, una zona rural del municipio de Touros. Su objetivo general fue analizar el conocimiento matemático cultural existente en la producción de goma seca beiju y su implementación en el currículo escolar local. Los objetivos específicos se basaron en mapear el conocimiento en la producción de beiju, con el objetivo de implementarlo en la enseñanza de las matemáticas como una expansión de la apreciación y el reconocimiento de esta cultura local. Para la fundamentación teórica, utilizamos la Ley de Directrices Básicas para la Educación Nacional (1996) y las Directrices para la Educación Rural (MEC) (2001), con autores como Gomes, Gohn, Bruno, D’Ambrosio, Santos y Caetano. Para el análisis de datos, se utilizó un método cualitativo de naturaleza participativa, que permitió observar el contenido matemático tradicional en la preparación de alimentos, como cantidades, temperatura y medición del tiempo.
Palabras clave: Saberes locales. Tapioca (Beiju). Etnomatemáticas. Educación Cultural. Asentamiento del Planalto do Retiro.
Referências
ANDRADE, De Leila. Etnomatemática a Matemática na Cultura Indígena. Monografia de conclusão do curso de Matemática. 2008.
BIANCONI, M. Lucia; CARUSO, Francisco. Educação não formal. Ciência & Cultura, v. 57, n. 4, p. 20. 2005.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2001.
BRUNO, Ana. Educação formal, não formal e informal: da trilogia aos cruzamentos, dos hibridismos a outros contributos. Mediações–Revista OnLine da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal.Vol. 2 – n.º 2 – 2014.
Casa Civil da Presidência da República. Instituto Nacional De Colonização e Reforma Agrária. Diretoria De Gestão Estratégica – De Coordenação-Geral De Monitoramento e Avaliação Da Gestão–Dea. Superintendência Regional Minas Gerais – SR 06 Assentamentos – Informações Gerais. 2016.
CANCELA, Francisco. O trabalho dos índios numa “terra muito destituída de escravos”: políticas indigenistas e políticas indígenas na antiga Capitania de Porto Seguro (1763-1808). História (São Paulo) v. 33, n. 2, p. 514-539, jul./dez. 2014 ISSN 1980-4369. 2014.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2001.
D’AMBROSIO, Ubiratan. O programa Etnomatemático: Uma síntese. Acta Scientía, v.10, n.1, Jan/jun. 2008.
GADOTTI, Moacir. A Questão da Educação Formal/Não-Formal. Sion (Suisse), 18 a 22 octobre 2005.
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: Avaliação Pol. Pública Educativa, v. 14, n. 50, p. 27-38, jan./mar. 2006 a. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/ensaio/v14n50/30405. pdf>. Acesso em: 27 nov. 2018.
GOMES, N. L. Educação e identidade negra. 2002.
MACIEL, Márcia Regina Antunes; MING, Lin Chau.O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz.), Terra Indígena Pareci e Juininha, Mato Grosso, Brasil. MEMORIAS DEL V CONGRESO LATINOAMERICANO DE AGROECOLOGÍA Archivo Digital: descarga y online ISBN 978-950-34-1265-7. 2015.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
PINHEIRO, Deusanira Raiol; COSTA, Walber Christiano Lima da. A Etnomatemática Como Ferramenta Pedagógica no Contexto Escolar. Jornada de Estudos em Matemática, 2., 2016, Marabá. ISSN 2448-4342.
SANTILLI, Juliana. Agrobiodiversidade e Direitos dos Agricultores. São Paulo: Editora Petrópolis, 2009.
SANTOS, Eliane Costa; CAETANO, Samora. JOGO MANCALA DE GUINÉ BISSAU EM DIÁLOGO COM A ETNOMATEMÁTICA: um dos caminhos para decolonialidade do saber. Revista Matemática & Ciência, v. 2, n. 1, p. 39-57, jun. 2019 – ISSN 2674-9416. 2019.
SANTOS, Eliane Costa; CASSELA, Ezequias Adolfo Domingas. Interface entre os fazeres matemáticos da cultura africana ganesa manifestados em tecidos e as práticas desenvolvidas em sala de aulas à luz da Etnomatemática. Revista Eletrônica de Educação Matemática-REVEMAT, v.17, p. 01-22 jan./dez-ISSN 1981-1322. Florianópolis. 2022.
SCHMIDT, Maria Luisa Sandoval Schmidt. Pesquisa Participante: Alteridade e Comunidade Interpretativas. Psicologia USP, 2006, 17(2), 11-41.
