Ezequias Adolfo Domingas Cassela
Doutorando em Educação Matemática
Escola Superior Pedagógica do Bié
Cuito, Bié-Angola
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7703-0097
Henriques Jamba Dachala
Doutorando em Educação Inclusiva e Motricidade
Escola Superior Pedagógica do Bié
Cuito, Bié-Angola
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7646-2912
Aristides Jaime Yandelela Cambuta
Doutor em Educação
Escola Superior Pedagógica do Bié
Cuito, Bié-Angola
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8463-4240
Resumo
Este artigo objetiva apresentar vozes que se levantam a partir de seus espaços de luta em busca da liberdade contra as forças epistemológicas dominantes que nos aprisionam nas formas ocidentais de fazer pesquisa, oficializando o projeto GEIPCIEm-ESPE-BIÉ: Grupo de Estudos Interdisciplinares e Pesquisas em Cultura, Inclusão, Etnolinguística e Etnomatemática da Escola Superior Pedagógica do Bié-Angola, como um espaço de encontro com o “Outro”. A sua visão diretriz caminha no sentido de dar resposta à seguinte questão: é possível produzirmos pesquisas em linhas de contra-conduta às normas ocidentais, criando horizontes que nos ajudam a sair do perímetro delimitado pela luz do poste, com vista a rompermos com a perspectiva local da universidade tendo em conta as mais diversas visões de grupos culturais específicos? Para tal nos servimos metodologicamente da visão política da Etnomatemática e da genealogia de poder defendida por Foucault (1997). O estudo conclui que precisamos pensar as nossas pesquisas a partir de nossas existências e vivências, histórias e culturas.
Palavras-chave: Genealogia do poder. GEIPCIEEm-ESPE-BIÉ. Etnomatemática. Etnolinguística. Educação Inclusiva.
Abstract
This article aims to present voices that rise from their spaces of struggle in search of freedom against the dominant epistemological forces that imprison us in Western ways of doing research, making official the GEIPCIEEm-ESPE-BIÉ project: Group of Interdisciplinary Studies and Research in Culture, Inclusion, Ethnolinguistics and Ethnomathematics of the Escola Superior Pedagógica do Bié-Angola, as a space for encounter with the “Other”. Its guiding vision moves towards answering the following question: is it possible to produce research along lines of counter-conduct to Western norms, creating horizons that help us leave the perimeter delimited by the streetlight, with a view to breaking away from the perspective location of the university taking into account the most diverse views of specific cultural groups? To do this, we methodologically use the political vision of Ethnomathematics and the genealogy of power defended by Foucault (1997). The study concludes that we need to think about our research based on our existences and experiences, histories and cultures.
Keywords: Genealogy of power. GEIPCIEEm-ESPE-BIÉ. Ethnomathematics. Ethnolinguistics. Inclusive Education.
Resumen
Este artículo tiene como objetivo presentar voces que se levantan desde sus espacios de lucha en busca de libertad contra las fuerzas epistemológicas dominantes que nos aprisionan en las formas occidentales de hacer investigación, oficializando el proyecto GEIPCIEEm-ESPE-BIÉ: Grupo de Estudios e Investigaciones Interdisciplinarias en Cultura, Inclusión, Etnolinguistíca y Etnomatemática de la Escola Superior Pedagógica do Bié-Angola, como espacio de encuentro con el “Otro”. Su visión rectora apunta a responder a la siguiente pregunta: ¿es posible realizar investigaciones en líneas contrarias a las normas occidentales, creando horizontes que nos ayuden a salir del perímetro delimitado por la farola, con vistas a romper con la perspectiva de ubicación de ¿La universidad tiene en cuenta las opiniones más diversas de grupos culturales específicos? Para ello, utilizamos metodológicamente la visión política de la Etnomatemática y la genealogía del poder defendida por Foucault (1997). El estudio concluye que debemos pensar nuestra investigación a partir de nuestras existencias y experiencias, historias y culturas.
Palabras clave: Genealogía del poder. GEIPCIEEm-ESPE-BIÉ. Etnomatemáticas. Etnolingüística. Educación inclusiva.
REFERÊNCIAS
ANGOLA. Constituição: Luanda: Imprensa Nacional – E.P, 2010.
ANGOLA. Lei nº. 17/16 de 7 de outubro de 2016. Lei de Base do Sistema de Ensino de Angola nº 17/16. Diário Oficial da República de Angola: I série – nº 170. Luanda: Imprensa Nacional – E.P, 2017.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 13. ed. São Paulo: Hucitec, 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Society enables and disables. Scandinavian Journal of Disability Research, v. 9, n. 1, p. 58-60, 2007.
BORGES, I.; CÉSAR, M. Eu leio, tu ouves, nós aprendemos: Experiências de aprendizagem matemática e vivências de inclusão de dois estudantes Surdos, no ensino regular. Revista Interacções, v. 8, n. 20, 2012.
CAMBUTA, A. J. Y. Um olhar sobre as práticas de leitura dos estudantes do primeiro ano da escola superior pedagógica do Bié-Angola. 226f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Filosofia e Ciências de Marília, São Paulo, 2021.
CHARTIER, R. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1990.
CHAVEZ, D. G. Modelo Social da Deficiência: Entre o Político e o Jurídico. 1 ed., 2020.
COSERIU, E. Fundamentos e tarefas da sócio e da etnolinguística. I CONSEL. João Pessoa: 1978. (Mimeo).
COUTO, M. Pensatempos: textos de opinião. Lisboa: Caminho, 2005.
COUTO, M.. E se Obama fosse africano. Editora Companhia das Letras, 2011.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte, Autêntica, 2001.
D’AMBROSIO, U. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e pesquisa, v. 31, p. 99-120, 2005.
DUSCHATZY, S. SLIAR, C. O nome dos outros: narrando a alteridade na cultura e na educação. In: Larrosa, J.; Skliar, C. (Org.). Habitantes de Babel: políticas e poéticas da diferença. Belo Horizonte: Autêntica, p. 119-138. 2021.
FACION, J. R. Inclusão Escolar e suas implicações. Curitiba: Ibpex 2009.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FOUCAULT, M.. La arqueología del saber. Siglo xxi, 1997.
FOUCAULT, M.. Estética, ética y hermenêutica. Barcelona: Paidós, 1999.
FOUCAULT, M.. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. 41. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
FREIRE, P. Pedagogia da esperança. São Paulo: Cortez. 1992.
MARTINS, B. S.; FONTES, F.; HESPANHA, P.; BERG, A. A emancipação dos estudos da deficiência, Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 98, p. 45-64, 2012. Disponível em: https://journals.openedition.org/rccs/5014. Acesso em: DOI:104000/rccs.5014-53.
TULEIKYTĖ, J. Z. B. Adiaphorization in the Holocaust and in thesociety of consumers. Jednak Książki: Gdańskie czasopismo humanistyczne: The Holocaust and the contemporary world, n. 6, p. 57-68, 2016. Disponível em: http://cejsh.icm.edu.pl/cejsh/element/bwmeta1.element.desklight-0f3ec7e3-00d4-4ae1-997e-5986b8aeccdf/c/3__Tuleikyte_MMB.pdf. Acesso em: 08 set. 2024.
WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009. Tradução de Marcos G. Montagnoli.
