Ezequias Adolfo Domingas Cassela
Mestre em Matemática para Professores pela Universidade da Beira Interior, Portugal. Doutorado em Educação Matemática pela Unesp – Rio Claro e pela PUC-SP. Professor afeto ao Departamento de Ciências Exatas da Escola Superior Pedagógica do Bié (Cuito- Bié, Angola). Membro da Rede Internacional de Etnomatemática. Área de pesquisa, Etnomatemática e Formação de Professores. E-mail: ezequiasadolfo@hotmail.com ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-7703-0097
Ana Lúcia Manrique
Bacharelado em Matemática – USP. Mestrado em Ensino de Matemática – PUC-SP. Doutorado em Educação: Psicologia da Educação – PUC-SP. Livre Docência em Educação Matemática – PUC-SP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Grupo de Pesquisa: Professor de Matemática: formação, profissão, saberes e trabalho docente – ForProfMat. E-mail: analuciamanrique@gmail.com ORCID ID: https://orcid.org/0000-0001-7703-0097
Geciara da Silva Carvalho
Professora Doutora em Educação Matemática na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Rio Claro, São Paulo, Brasil. Professor Adjunto na Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, Bahia, Brasil. ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-0474-5558
Resumo: Este artigo investiga a Etnomodelagem como um campo que interliga a Modelagem Matemática acadêmica e os conhecimentos matemáticos de grupos culturais específicos. Fundamentado na perspectiva da Etnomatemática, este estudo analisa como práticas matemáticas tradicionais são frequentemente ignoradas pela abordagem convencional da Modelagem Matemática. Esta pesquisa se desenvolve no contexto cultural Umbundu, em Angola, explorando a relação entre os saberes matemáticos locais e o ensino formal. A partir da observação participante e da análise de práticas culturais, demonstra-se como diferentes povos constroem modelos matemáticos próprios. Este artigo argumenta que a Etnomodelagem favorece uma Educação Matemática mais contextualizada, permitindo o diálogo entre epistemologias diversas e promovendo práticas pedagógicas mais inclusivas e culturalmente situadas.
Palavras-chave: Etnomatemática; Etnomodelagem; Cultura Umbundu; Ensino de Matemática.
Resumen: Este artículo examina la Etnomodelación como un campo que vincula la Modelación Matemática académica con los conocimientos matemáticos propios de grupos culturales específicos. Fundamentado en la perspectiva de la Etnomatemática, el estudio analiza cómo las prácticas matemáticas tradicionales son frecuentemente desconsideradas por los enfoques convencionales de la Modelación Matemática. La investigación se sitúa en el contexto cultural umbundu, en Angola, y explora la relación entre los saberes matemáticos locales y la educación formal. A través de la observación participante y del análisis de prácticas culturales, se evidencia cómo distintos pueblos construyen sus propios modelos matemáticos. El artículo sostiene que la Etnomodelación contribuye a una Educación Matemática más contextualizada, al facilitar el diálogo entre diversas epistemologías y fomentar prácticas pedagógicas más inclusivas y culturalmente situadas.
Palabras clave: Etnomatemáticas; Etnomodelación; Cultura Umbundu; Enseñanza de las Matemáticas.
Abstract: This article investigates Ethnomodeling as a field that connects academic Mathematical Modeling with the mathematical knowledge of specific cultural groups. Grounded in the perspective of Ethnomathematics, the study analyzes how traditional mathematical practices are often overlooked by conventional Mathematical Modeling approaches. The research is conducted within the Umbundu cultural context in Angola, exploring the relationship between local mathematical knowledge and formal education. Through participant observation and the analysis of cultural practices, the study demonstrates how different peoples construct their own mathematical models. The article argues that Ethnomodeling fosters a more contextualized Mathematics Education, enabling dialogue between diverse epistemologies and promoting more inclusive and culturally situated pedagogical practices.
Keywords: Ethnomathematics; Ethnomodeling; Umbundu Culture; Mathematics Education.
REFERÊNCIAS
BERNARDI, L. T.; CALDEIRA, A. D. Educação escolar indígena, matemática e cultura: a abordagem etnomatemática. Revista Latinoamericana de Etnomatemática Perspectivas Socioculturales de la Educación Matemática, 4(1), 21-39, 2011.
BIEMBENGUT, M. S. 30 Anos de Modelagem Matemática na Educação Brasileira: das propostas primeiras às propostas atuais. Alexandria: Revista de educação em ciência e tecnologia, v. 2, n.2, 2009.
CASSELA, E.; MANRIQUE, A. L. Da Etnomatemática à Etnomodelagem: caminhos entre êmico e o ético em um diálogo baseado na alteridade a partir da cultura Umbundu/Bié-Angola. Ensino da Matemática em Debate, p. 120-144, 2024.
D’AMBROSIO, U. A dinâmica cultural no encontro do velho e do novo mundo. Eä Revista de Humanidades Médicas & Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnologia, v. 1, n. 1, p. 1-25, 2009.
D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte, Autêntica, 2001.
D’AMBROSIO, U. O Programa Etnomatemática: uma síntese/The Ethnomathematics Program: A summary. Acta Scientiae, v. 10, n. 1, p. 07-16, 2008.
DIAS, P. O lugar da fala conversas entre o jongo brasileiro e o ondjango angolano. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2014.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Rio Grande do Sul, RGS: Plageder. 2009.
LEININGER, M. M. Qualitative research methods in nursing. Orlando, Grune and Stratton, 1985.
OREY, D. C.; ROSA, M. Vinho e queijo: etnomatemática e modelagem. Bolema. v.16, n.20, 2003.
RADFORD, L. Teorias da objetivação: uma perspectiva Vygotskiana sobre conhecer e vir a ser no ensino e aprendizagem da matemática. Ed. Livraria da Física, 2021.
ROSA, M.; OREY, D. C. Abordagens atuais do programa etnomatemática: delineando um caminho para a ação pedagógica. Boletim de Educação Matemática, v. 19, n. 26, p. 1-26, 2006.
ROSA, M.; OREY, D. C. Alho e Sal: Etnomatemática cdom Modelagem! Perspectivas da Educação Matemática, v. 3, n. 5, 2010.
ROSA, M.; OREY, D. C. Etnomodelagem como um movimento de globalização nos contextos da etnomatemática e da modelagem. 2020.
ROSA, M.; OREY, D. C. Influências etnomatemáticas em salas de aula: caminhando para a ação pedagógica. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.
ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem: as abordagens êmica, ética e dialética. Educação e Pesquisa, v. 38, p. 865-879, 2012.
